"Já faz algum tempo que não escrevo sobre o amor,
talvez por não haver motivo para isso, não consigo mais inspirar-me quando o
assunto é esse. Mas hoje resolvi esclarecer a mim mesma o porque de ter me
privado disso… Fiquei revirando meus pensamentos, cavando coisas no passado que
eu fingia esquecer, lembrei-me de um amor antigo, e logo senti meu coração doer
e meus olhos se encherem de lágrimas ao relembrar tudo o que vivi, estranhei
essa dor, pensei já estar curada dessas feridas[…] Mas, pensando bem, tola fui
eu em ter um pensamento tão bobo quanto esse, houve tanto sofrimento no
passado, tantas rasteiras, tantas encruzilhadas que me meti, como poderia estar
já livre de tudo isso? Percebi depois disso, o quão frágil estou, tenho em meu
ser, lembranças nostálgicas do tempo em que eu poderia dizer a mim mesma e
esfregar na cara de muitos a pessoa forte que era, que aguentava qualquer
coisa, que suporta qualquer tempestade, que mantia-se em pé diante de toda a
dificuldade. Ainda lembro-me vagamente de quanta coisa suportei de cabeça
erguida, quanta queda já sofri, quanta dor já senti, e apesar de tudo me
re-ergui do chão. Mas de repente, infelizmente, as coisas mudaram, e mudaram
pra pior, depois de um tempo, ser forte o tempo todo não é tão fácil, a dor vai
te destruindo aos poucos, te deixando vulnerável lentamente, você se torna
presa fácil, palavras pequenas tem o poder indescritível de jogar-te ao chão.
Quem dera eu, voltar a ser a garota forte como rocha e doce como açúcar de
antes[…] É estranho, mas como num passe de mágica, sem que eu pudesse perceber,
na velocidade da luz, tornei-me tão vulnerável como pétalas de rosa, e depois
de rever meu passado, percebo que isso aconteceu depois de ter sido friamente
massacrada pelo amor, um amor não-recíproco, isso talvez aconteça com todo
mundo, e eu devia saber disso, aliás, por várias vezes deixei usarem meus
braços como aconchego depois de uma desilusão. Mas é estranho quando acontece
consigo mesma, as coisas, em um modo geral ficam mais difíceis de entender, perguntas
do tipo “Porque isso, justo comigo?” invadem seu pensamento. Para ser mais
franca, “pimenta nos olhos dos outros é refresco”, já ouviu essa frase né?
Então, encaixa-se perfeitamente nisso, se você se depara com alguém se
lamentando sobre dor de amor, provavelmente dirá que está fazendo charme, doce,
ou até que é pura hipocrisia. Mas não é bem assim, pode parecer bobagem, mas
você só entenderá quando acontece consigo mesma. Dor de amor te deixa mil vezes
mais vulnerável, mas deixa-te o dobro mais fria. Acreditar no mesmo novamente
pode ser extremamente difícil, ou, á quem diga que impossível. A questão é que,
quando você não gosta de algo, é provável que não queira mais reviver,
relembrar, e até passar por aquilo novamente, eu particularmente não gostei
muito da dor que o amor me causou, deve ser por esse motivo que evito falar,
escrever, e interagir com ele mais uma vez."
quinta-feira, 28 de junho de 2012
quinta-feira, 21 de junho de 2012
quarta-feira, 13 de junho de 2012
“Irei escrever pra ver se passa.” Aqui estou eu, pensando
em como descarregar tudo em palavras, conto uma história? Uso metáforas? Ou
posso só escrever como me sinto e quem ler se vira pra saber o que causou.
Também posso misturar tudo, é isso.
Sabe quando se ama alguém tanto, mas tanto, que você é
capaz de perder toda a sua liberdade
e mesmo assim não sofrer? Você não sofre porque essa pessoa te ama, faz de tudo por vocês, corre o
risco de ir pra cadeia e mesmo assim
nenhuma das partes reclama... Raro? Aconteceu comigo. Lembro dessa época, ela agia tão serenamente que me
desprendia dos problemas, a voz dela
fazia com que eu esquecesse completamente de que, a qualquer momento, ela iria presa por ser maior de idade e
eu iria parar morando em outra cidade. Nunca precisei de muita coisa, só da voz
dela e pronto, agüentaria os próximos
três anos sem problema. Mas é claro que iria aparecer algo pra mudar tudo,
sempre aparece...
“Ela foi a minha primeira namorada, a gente tinha algo
diferente, sabe? Era tão emocional
que eu nem precisava beijá-la, me satisfazia só ficar ao lado dela. A gente
terminou por erro meu, ela sofreu muito, muito mesmo, agora, depois de muita
conversa, a gente é tão próxima que parecemos irmãs. Amor, não se preocupe
nunca, como eu disse, ela é como uma irmã pra mim, não precisa sentir ciúmes.”
Se eu mesmo assim sentia ciúmes? Claro. E eu nunca sabia por que, mas sentia e
ela estava na lista das pessoas com quem – caso a gente terminasse – eu nunca
iria querer que ela ficasse. Aguentei
mais de um mês sem notícias dela,
agora, estou suprindo um namoro ‘diferente’ e ela está suprindo um namoro com a tal primeira namorada. “Como você
está? Pare de chorar, por favor. Estou preocupada. Não fica assim.” Ando
ouvindo muito isso ultimamente. Me seguro diariamente pra não recorrer aos
cortes. Queria que somente eu te fizesse feliz. Queria você só minha de novo e pra sempre.
- Vi a foto de vocês juntas, lindas. Queria que fosse
eu ao seu lado.
- Não pense que não te amo mais, nunca. Você sempre será
a minha primeira escolha.
- E você sempre será a minha única escolha. Mas
você a ama. Por favor, negue.
- Com você é diferente, estou confusa demais, entenda. Eu
amo você, mas também gosto dela.
- Por que você terminou com ela então? Já que foi tão
errado o término de vocês duas? Então vocês precisam continuar mesmo a sua
história. Negue.
- Isso, eu preciso concertar o meu erro com ela. Não
queria te ver sofrendo assim.
- Experimenta ouvir do amor da sua vida que, com você,
ela não seria cem por cento feliz enquanto não terminasse a história que tinha
com outra. Desculpe por tentar separar vocês. É que eu te amo demais pra te
ver beijando outra com a boca que é minha com ela. Você é toda minha.
Só não queria que fosse com ela, já que se gostam. Não quero ninguém lutando
pelo que é meu.
- Não tem nada que eu possa fazer, infelizmente não posso
fazer o que você quer.
- Por favor, faça. Desculpa pelo meu egoísmo. É
que não consegui ficar calada.
- Não peça desculpas, você não fez nada de errado. I still want to marry you. Eu
te amo, não esqueça disso nunca, nunca mesmo.
- Seja minha. Eu também.
E foi assim que
caí.
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